domingo, 17 de janeiro de 2010

A Fisga

A fisga,

para os nossos pais e nossos avós era a "arma" usada para as brincadeiras de caça aos pardais e de tiro ao alvo. Hoje poucos usam a fisga mas continua a ser um símbolo das brincadeiras dos rapazes.

 É assim que aqui é vista, por isso temos de um lado a "fisga", as brincadeiras, de outro lado o "caderno dos deveres", a Escola e todas as tarefas que ela implica. É mais apetecível a fisga mas a escola é necessária, forma-nos com saberes, contribuí para a formação de cidadãos conscientes e activos. 

É preciso "escolher entre os dois saberes", escolha-se o mais duradouro já que as brincadeiras da fisga só duram "enquanto duram", enquanto somos crianças e que mais tarde recordaremos com saudade.

3 comentários:

AEViso disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
AEViso disse...

Como eram interessantes as brincadeiras das crianças de outrora! Especialmente os rapazes, jogavam à bola na rua menos movimentada da aldeia ou no caminho de acesso às fazendas, sem medos de serem abordados por mal intencionados! Aos pais bastaria um grito emitido da janela para controlar e saber se tudo estava bem, quando os sons de algazarra eram menos audíveis.
Se os ruídos passassem a ser ouvidos de mais longe e menos concentrados sabia-se que o jogo era outro. Os índios e os cow-boys invadiam os pinhais e as terras de cultivo, saltando muros e valados, disparando setas imaginárias ou pistolas de galhos de pinheiro! Havia “mortos” e “feridos” que ao final da tarde chegavam a casa somente com pequenos arranhões por terem raspado o braço numa silva ou numa pedra que se soltava do muro quando transposto para fugir a um “tiro” furtivo.
E no final do Verão, quando os piscos e os tralhões invadiam os restolhos, organizavam-se “torneios” de disparo com fisgas feitas de tiras de câmaras-de-ar fixadas a hastes bifurcadas de carvalho ou eucalipto. As pedras, do tamanho duma avelã, saíam com direcção precisa mas, na maioria das vezes, somente acertavam nas folhas! Isso bastava para evidenciar a precisão do “disparo”!
Quotidiano animado, esse que permitia crescimento, interacção e destrezas variadas, incluindo a capacidade de sofrer, assumindo erros e aguentando os impactos das nódoas negras que ao fim do dia se tornavam mais visíveis!
Mas visível era também o céu azul e o sol radioso! De facto é necessário e urgente dizer às crianças de hoje que por cima do telhado de suas casas há verdejantes campos de natureza apelante e estrelas a brilhar!

Anónimo disse...

Já nada é o que era. Não foram só as brincadeiras que mudaram, toda a escola mudou muito.No tempo em que eu andava na escola o respeito era sagrado, hoje é comum ouvirmos palavrões a toda a hora, seja onde for, à frente de quem quer que seja. Se calhar devíamos fazer como aquele miúdo nos Estados Unidos e criar o Clube dos que não dizem palavrões, o NO CUSSING CLUB (o meu inglês não é muito forte, mas julgo que é assim que se escreve). Será que por cá essa ideia pegava?

Enviar um comentário